Editorial Newsletter | Março, 2022

Oi Galera,

Recebi o convite e aceitei o desafio de escrever algumas palavras para newsletter da Fundação Heinrich Böll deste mês.

Sou Marcelino, coordenador responsável pelo administrativo e financeiro. Há algum tempo atrás, depois de ser voluntário no prêmio empreendedor social, me encantei pelo mundo das ONGS, e respondendo a um anúncio de emprego, comecei uma nova trajetória profissional, migrando do mundo corporativo. Comparando o passado e o presente, tudo o que aconteceu em duas décadas, gostaria de trazer uma reflexão sobre as “Finanças do Bem” ou “Como enfrentar o desafio de gerenciar as finanças de uma organização não governamental”.

Se comparamos o tradicional mundo das finanças, o desafio já começa na praticidade. Não se trata de buscar o lucro incessante, não se trata de obter ganhos astronômicos, tampouco contornar prejuízos. Gerir as finanças de uma organização não governamental, é algo que está relacionado com equilíbrio, transparência, longo prazo, justiça, ética, custo-benefício e capacidade de transformação de colaboradores e da equipe.

Finanças Sociais é sobre fazer malabarismos, enquanto o mundo ao redor está jogando outros malabares e limões adicionais. O movimento e a busca por equilíbrio são incessantes. Não persegue-se o lucro. A renovação dos sonhos e transformação da realidade norteia a busca do melhor modelo operacional para garantir recursos e a sustentabilidade financeira de cada organização, sejam esses institutos, movimentos, redes ou articulações.  Não podemos deixar de lembrar que a transparência e a ética se fazem presentes em cada pedido do relatório de atividades e prestação de contas, que vai do simples comprovante de pagamento à complexidade do fechamento contábil, às vezes com uma exigência burocrática intensa, às vezes com a fluidez dos meios digitais.

Mas, o aprendizado que ficou para mim, é que as organizações evoluíram, aprenderam a liderar através de seus valores e de suas finanças. O capital das ONGs está relacionado ao compartilhamento, não com acumulação. Essa, talvez, deveria ser a maior preocupação, sobre como compartilhar aprendizados para trilhar os novos caminhos da gestão financeira das organizações e como enfrentar o futuro desafiador.